sexta-feira, maio 19, 2006

Quem está enganando quem??

Não, eu não li "O Código Da Vinci". Nunca fui um leitor muito assíduo de livros. Nunca tive muito saco, ou a capacidade de me concentrar numa leitura de horas e horas para passar através de uma história. Volta ali um pouco. Eu não cheguei a terminar o livro. Comecei a leitura umas três vezes, mas nunca fui até o final. Mas o detalhe é que eu o tenho. Sim, cheguei a comprar um exemplar do maior best-seller moderno, se não contarmos aquele mago quatro-olhos. Ainda me sinto um tanto excluído do mundo pelo fato de não tê-lo lido. Me sinto como se estivesse fora de alguma festa. Mas enfim, prossigamos.

O terceiro livro de Dan Brown, lançado em 2003, já acumula mais de 60 milhões de cópias vendidas em todo o planeta, além de muitas outras coisas. Processos judiciais por plágio e outras bobagens são apenas a ponta do iceberg. Dan Brown encontrou sua mina de ouro ao bater de frente com a maior "instituição falida" do planeta: a toda-poderosa e onisciente Igreja Católica Apostólica Romana, através de conspirações, teorias mirabolantes sobre a história de Jesus Cristo e sua supostamente "verdadeira" passagem na terra. Junta aí uns violentos assassinatos, tudo isso a serviço de um competente thriller policial e pimba!! Fãs ao redor do mundo inteiro, incluindo aí, com certeza, algum dos teus vizinhos.

Logo nas primeiras páginas, é evidente que o talento de Dan Brown não está nas palavras. Ele não passa de um escritor burocrático, de jargões batidos e situações forçadas. Mas já evito falar mais por aí, até porque não passei da página cento e tantos.

Mas voltando ao assunto das controvérsias levantadas por Brown e às peripécias de seu James Bond particular nos livros, o historiador Robert Langdon. Ao usar elementos bíblicos e as próprias incongruências da obra para brincar com sua veracidade e confiabilidade, embora ainda dentro dos limites e concessões de uma obra de ficção, como o próprio Brown já se cansou de dizer, o livro provocou a ira das autoridades religiosas. A Opus Dei, que é retratada dentro da história como uma instituição maquiavélica, interessada em preservar os segredos e a integridade da Igreja a qualquer custo, se pronunciou revoltada contra a publicação do romance. Padres e bispos católicos de todo o mundo, indignados com o teor da obra e com a sua repercussão monstruosa, organizaram campanhas a fim de tirar a credibilidade do autor.

No fim das contas, essas manisfestações não resultaram em nada. Na verdade até resultaram. Em mais vendas, mais dinheiro e mais fama para Dan Brown, que virou o autor do momento, eclipsando até a gigante e vendedora absoluta de livros J.K. Rowling, criadora do mago-sensação Harry Potter. Os livros anteriores do autor, Fortaleza Digital, Anjos e Demônios e Ponto de Impacto também viraram best-sellers, criando uma base de fãs para Brown, ou como outros, desmascarando a fraude de um autor medíocre, que apenas deu sorte de mexer com um assunto explosivo.

E não foi só Brown que faturou com essa história toda. É só conferir o estouro de obras publicadas no rastro de "O Código Da Vinci". Seja "decifrando", "quebrando", "explicando", "revelando", "decupando", "defumando" ou "queimando o Código Da Vinci", autores e historiadores entraram em campo para explicar as teorias de Brown, levando muitos a acreditarem no que até então não passava de mera especulação. Na real, especulação isso sempre vai ser, até mesmo a Bíblia "tão" Sagrada.

Verdade seja dita, quem vem legal nessa empreitada toda é o bom e velho faz-me-rir. Dan Brown deve estar feliz em sua mansão, regozijando-se sobre pilhas de dólares, enquanto outros que também tiveram o oportunismo de aproveitar dessa mina de ouro compram um carro novo ou reformam a casa e tudo segue tranqüilamente. Agora, quem esfrega as mãos em expectativa são os executivos da Sony Pictures, que aguardam ansiosamente pela torrente de dólares que a adaptação cinematográfica do livro deve proporcionar nos cinemas. É esperar e ver.

Como uma das frases célebres do livro demonstra: "So Dark The Con Of Man" (numa tradução ridiculamente esdrúxula, "Tão obscuro o truque do homem"). Mas para vocês verem, quem pregou a peça maior foi Dan Brown, que usou a polêmica para vender livros, virou estrela e agora só recolhe os dividendos do sucesso. O livro pode ser uma porcaria, mas o cara teve uma idéia genial. Tipo a Bruna Surfistinha.

2 Comments:

Blogger Jerônimo said...

não li, vi o filme, e já tinha lido os livros dos caras que processaram ele por plágio. dane-se que a igreja faz merda, e dane-se também que o dan brown fique rico às custas de sei lá quem. só fico pê da vida por ele escrever tão mal. o que me incomoda é o livro ruim, só.

outubro 13, 2006  
Anonymous Anônimo said...

Bonjorno, umdois3.blogspot.com!
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novembro 23, 2009  

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